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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Maraton de Sevilla

Decidimos fazer esta Maratona na recuperação da maratona de Berlim. Pouca informação tinha, mas confiei na sapiência dos meus companheiros – foi uma grande escolha. A Cidade é linda, vivem lá alguns amigos com quem partilhei momentos que guardarei para sempre, o percurso é plano e o tempo estava magnífico para correr.

Não consigo fazer nada na vida sem objectivos e numa fase inicial da preparação defini-me alguns objectivos. Treinar sem lesões, perder algum peso e aproximar-me das 3h00.

As lesões foram uma constante dos processos de preparação para as Maratonas anteriores. Apesar de alguns percalços na preparação para Sevilha (1 pé torcido a jogar futebol, 1 joelho inchado numa queda num treino às 6h00 e terminei a preparação com uma periostite que me vai “obrigar” a descansar as próximas 3 semanas), estes quase nunca foram impeditivas de uma boa preparação.

Tentei fazer o maior número de treinos com a GAFE, para gozar da experiência, método e organização do Presidente, das tareias do Secretário-Geral e principalmente do espírito e boa disposição do GAFE.

No sábado, lá fomos juntos para Sevilha. Conduzi o carro dos atletas (que grande responsabilidade) e o Joca conduziu as nossas meninas (sortudo:-)), que foram incansáveis no apoio e na reportagem fotográfica.

Levantámos os dorsais, fizemos o check-in no Hotel e fomos jantar (3 pratos de massa), sem muitas misturas para evitar os problemas intestinais que senti em Londres. Depois do jantar, o Enrique veio-me buscar na sua moto, para ir-mos assistir ao Sevilha-Atlético de Madrid. Encontrámo-nos com o Ignaci e com o Eduardo, bebemos uma Cruzcampo, enquanto assistíamos ao final do Real-Betis (6-1 desgraçado do Ignaci que é fanático do Betis) e fomos para o Estádio. Nunca tinha assistido a um jogo da Liga Espanhola e muito menos um jogo às 22h00. O estádio estava cheio, o ambiente é espectacular e os adeptos são incansáveis no suporte à sua Equipa – na Luz, só contra o Sporting e Porto o estádio enche e os adeptos estão mais preocupados em assobiar o árbitro e o Di Maria, que em puxar pelo Benfica. O Sevilha venceu por 1-0 e o Sevilha mantém o 3º lugar na La Liga.

Dormi poucas horas, acordei cedo, comi sem vontade umas fatias de pão alentejano com doce de abóbora (o pequeno-almoço no Hotel só começava às 7h30), tomei um duche e equipei-me para a prova.

Chegámos cedo ao Estádio Olímpico, aquecemos e alinhámos objectivos. Eu pretendia fazer abaixo das 3h05 e o PT decidiu que ia tentar fazer NY Time (2h55m00) - combinámos ir juntos até à Meia-Maratona (4:11/4:12/Km) e então o PT aceleraria e eu tentaria manter o ritmo que me permitisse bater as 3h00 (este era um sonho antigo que não pretendia bater em Sevilha mas ia tentar).

Alguns desencontros com a Gafe fizeram com que eu e o Presidente fossemos tarde para a pista e ficássemos na parte traseira do pelotão (entretanto tínhamos perdido o NK e o PT). Tiro de partida, votos de boa prova, cumprimento final e arrancámos. Encontrei o PT ainda na pista, pose para a fotografia à entrada do túnel de saída e lá saímos do estádio ainda muito lentos. Terminámos o 1º Km em perto de 5min e rapidamente chegámos ao ritmo objectivo (4:05/4:15). Passámos aos 10Kms com 42 min e íamos fortes – apesar de sentir que o PT ia a travar. A temperatura estava fresca, não havia vento, o sol ainda estava baixo e portanto havia muita sombra, enfim condições óptimas para correr apesar da temperatura ir subindo.

Mantivemos o nosso ritmo e perto dos 15Kms decidimos alcançar um grande grupo que estava à nossa frente. Foi impressionante a facilidade com que o PT os apanhou. Eu fui mais calmo mas mesmo assim, foi com facilidade que os apanhei e me abriguei no meio do grupo. O grupo tinha imensos Tugas que iam bem e com quem me fui cruzando até ao final da prova.


Aos 20Km´s, o PT partiu e pouco depois acenou-me como que a desejar – FORZA HOMBRE. O PT estava muito forte e não tinha dúvidas que bateria o record pessoal – ainda teria condições de fazer 2:55? Desejei que sim:-). Passei à Meia com 1:29:10 e sentia-me forte.

Foquei-me na minha prova e diversos pensamentos me passaram pela cabeça – teria pernas para manter o ritmo? Baixaria das 3:00? A que Km passaria pelo muro? Deixei-me de pensamentos negativos e mantive o ritmo.

Aos 30 Kms, já me sentia bastante cansado mas tinha conseguido manter o ritmo. Parei para aliviar a bexiga e segui com força.

Perto do Hotel, por volta dos 35Kms, passei pelo Joca que se fez notar – MEGA GRITO de apoio – e percebi que ia bastante cansado. Ia a olhar para o chão, com os dentes cerrados e fiz-lhe um sorriso mas sem a resposta enérgica que merecia.

Lá segui concentrado em cada passada a pensar que faltava menos uma para o final da prova. Nesta fase, os pensamentos eram do tipo – porque é que me meto nisto? Sou louco? Porque é que não fico em casa? Porque é que não sou capaz de fazer maratonas sem objectivos de superação?

Nesta fase, já não conseguia manter o mesmo ritmo mas ia-me focando em não baixar dos 4:20/km. Definia objectivos para manter o ritmo – ultrapassar 6 atletas até à meta, ultrapassar o atleta à minha frente, …. Enfim, formas de manter a cabeça ocupada com pensamentos positivos.

Por fim, entrei no túnel de acesso ao Estádio Olímpico. Acelerei o ritmo, olhei para o relógio (conseguiria bater as 3h00), senti o ambiente do estádio, dei tudo o que tinha até à meta e senti a felicidade de superação – 2:59:08.



$Dei um forte abraço ao PT, que estava à minha espera, e a quem devo este resultado, agarrei uma garrafa de água e descansei.

Depois de reunirmos a Gafe, encontrámo-nos com o Joca, a Ana e Isabel e rumámos ao Hotel para um merecido banho. Depois do banho, um almoço de tapas (fantásticas), umas cañas e o descanso dos guerreiros.

Entretanto, fui visitar o Mestre Raul Oliveira que me diagnosticou uma periostite e recomendou-me que parasse durante 3 semanas – que farei. Haja vento para que me possa dedicar ao kite Surf:-).
Boas corridas.

PS: Gafe, qual será a nossa próxima Maratona?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Maratona de Sevilha 2009

Na minha senda de bater o record do presidente, lá fui com a equipa participar na minha primeira maratona do ano.
Partimos no sábado, um carro só com atletas e outro só com a claque, viagem calma e descontraída com a temática a recair no tema “o que é realmente o típico português”, resolvemos ter o nosso almoço ainda do lado de cá da fronteira, mais propriamente em Vila Real de Stº António – num género de clube naval e constou de “arroz de pato”.
Chegamos a Sevilha e vamos directos ao estádio para levantar o dorsal e o saco do corredor, vamos ao hotel e pouco depois partimos para a o ultimo enchimento de hidratos, foi descoberto um local de seu nome “Fresc O” em que 9,95€ colocavam todo um buffet de massas, saladas e afins à descrição.
Depois de uma noite mal dormida, lá fomos ao pequeno-almoço, excepcionalmente em atenção aos maratonistas, às 6:30h e resolvemos ir de Táxi para o estádio para não haver maiores stresses.
Depois lá fiz a minha prova, cujo relato detalhado pode ser lido aqui.
O 43º km (à semelhança do 19º buraco no golfe), foi dos melhores, com uma colecção infindável de tapas, e algumas cañas.
O dia seguinte foi composto basicamente por dois factores repouso activo com uma bela caminhada pelo centro histórico da bela capital da Andaluzia e por siesta…
Deixo aqui os parabéns a todos pelos objectivos atingidos e o meu obrigado por tudo.
NK

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Sevilha 2009

“Quantos quilómetros tem a Maratona?”

Pergunta frequente feita por familiares e amigos desta “tribo” de gente um pouco diferente que corre estas provas. Grupo que parece aumentar de número todos os anos, o que não deixa de ser interessante... Mas como diria o precioso repórter “Sabino Rui” (do precioso TeleRural) “Sim, Zé. É digno de reflexão aquilo que atrai mais e mais pessoas à Maratona... mas não foi isso que me trouxe aqui hoje!”. Às vezes a pergunta é ainda mais curiosa: “ E quantos km tem esta maratona que vais fazer?!!”. A resposta em ambos os casos é muito simples: “Tem 42 km”.

Errado...

(TEXTO COMPLETO DISPONÍVEL AQUI)

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Sevilha em imagens:




Sábado... Depois de levantar os dorsais.



A abastecer de hidratos num italiano "all you can eat"!


Minutos antes da prova, dentro do estádio

A partida


Eu e o Luís, tudo era fácil... (10km?)


"Thumbs up, girls"!

Foto bonita. "Thumbs up" do Luís (detalhe da Powerbar na minha mão)
Concentrados na 1ª metade
A curva Portuguesa, com o parceiro espanhol em dificuldades...

A entrada no Estádio! Em grandes dificuldades...!!

A voar para a meta...


Com o Luís, à espera do Carlos...


E aí está ele, mais a bandeira!


Já fora do estádio... em comunhão com os colegas e "support team".

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sevilha a nº13

A minha décima terceira Maratona já está!!!!

Cartaz da Maratona de Sevilha (Foto Isabel)
Apesar de não ser uma das Maratonas de topo de Espanha fiquei muito bem impressionado com a organização desta prova. Talvez o único apontamento menos positivo é a feira que é extremamente pobre, quase inexistente. As ofertas que dão aos atletas são boas se pensarmos no preço que se paga (camisola técnica sem mangas, meias e calções).


Os tugas na feira (foto Isabel)
A prova parte e chega no Estádio Olímpico onde impera uma organização muito simples e eficaz. Durante todo o trajecto a organização está sempre presente com o objectivo de ajudar os atletas. Tivemos abastecimentos de 2,5 em 2,5km fornecidos por voluntários extremamente jovens que fazem o máximo para incentivar todos os atletas. De salientar também a existência muitos locais onde se pode encontrar ajuda médica.
Relativamente à minha prova posso dizer que correu bem, pois consegui fazer a minha terceira reconfirmação de mínimos para a Maratona de Boston (3h29,26s). Mas...
Desta vez bati no “muro”.
Nada que eu não estivesse à espera em função dos indicadores dados pelos treinos. Quando parti tinha 3 objectivos: O tradicional (acabar), o realista (tentar reconfirmar os meus mínimos) e o sonhador (bater ou ficar muito perto do meu record).
Mas voltando acho ao “muro”, ou como eu e Ana o rapelidamos “monstro dos hidratos”, ele visitou-me no local esperado (32km) e ficou lá até ao fim como podem ver no gráfico que abaixo apresento.

Tempos médios por km com recolha de 5 em 5km e à meia e no final
Parti então sincronizado no objectivo mais alto. Apesar de do primeiro km muito lento fui aos poucos recuperando e por volta do 10km já estava dentro do objectivo.

Passagem cerca dos 6km (foto Isabel)

Passagem aos 10km (foto Isabel)
 Dos 10km até à meia-maratona mantive o objectivo pretendido, ou seja, andar a ritmo de 4:50/km. De tal maneira que à minha passagem à meia estava dentro do ritmo para record.

Passagem por volta dos 16km (foto Isabel)
 Mas a partir daqui o ritmo caiu muito. Até aos 32km consegui andar quase sempre abaixo dos 5:00/km mas a partir dos 32km o monstro chegou. Mas para sorte minha, a minha querida amiga Ana chegou para me ajudar a fazer os últimos 10km. A sua força, amizade e aquela bandeira que transportava consegui “arrastar-me” até à meta. 

Eu a Ana e a bandeira por volta dos 32km (foto Isabel)
Em todas as anteriores maratonas, apesar já ter batido no “muro”, nunca como desta vez senti o embate de forma tão violenta como esta. A partir dos 34km só me apetecia andar. Mas o ânimo “silencioso” da minha amiga e de todos aqueles que se alvoroçavam quando a bandeira portuguesa passava ajudou-me a não parar até ao 40km, onde tive que parar durante cerca de 1 minuto para beber água. Mas a mão milagrosa da Ana empurrou-me e o motor lá se manteve em funcionamento, apesar de ir aos solavancos. Mas quando o balão das 3h30m passou por mim, perto do 41km, resolvi ir atrás dele sem muito êxito mas o suficiente para consegui manter a terceira velocidade. À entrada do estádio a Ana resolveu não entrar (fiquei cheio de pena de ela não gozar o ambiente) e passou-me a bandeira para a mão.

Passagem de testemunho (foto Isabel)
Agora só faltavam poucos metros até à meta. O túnel primeiro e depois o estádio. Quando entrei desfraldei a bandeira bem alto e o estádio veio abaixo. Foi mesmo espectacular.
E assim terminei a minha 13 Maratona agora só tinha que procurar os meus amigos e desfrutar o momento.
Esta blog só foi possível devido às excelentes fotos da minha amiga Isabel que um dia deste começará a correr connosco. As promessas não se esquecem.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Amanhã é dia de Maratona

Amanhã é dia de Maratona de Sevilha e a adrenalina está elevada:-).



Há 9 semanas, defini 3 objectivos para Sevilha:

1. Preparar-me sem qualquer lesão (consegui treinar bem apesar de muitas pequenas lesões);

2. Correr a maratona com 69,9kgs (perdi 1,5Kgs mas só cheguei aos 71Kg:-);

3. Fazer 3h05 - amanhã saberei se conseguirei bater o record pesoal em 8 minutos:-)



Em Sevilha, vivem 3 grandes amigos que aproveitarei para rever, e que farão deste, um fim-de-semana muito especial:

- O Enrique e o Ignaci, que foram meus companheiros de Apartamento na Escócia (Aberdeen), no programa Erasmus, que fiz em 94/95. Aproveitarei para recordar as aventuras e desventuras de então, com 2 companheiros de uma aventura única de vida;

- O Miguel, que foi meu colega de trabalho e que desde há 5 anos trabalha em Sevilha.

O programa do fim-de-semana será extenso e começará daqui a pouco com a viagem da Gafe para Sevilha. Já fui desafiado para esta noite ir assistir ao Sevilha - Atlético de Madrid (22h00), que não consegui recusar, apesar da hora tardia.



Na Maratona, irei tentar acompanhar o Pedro, a um ritmo (4:20?) que me permita atingir o objectivo. Fizemos bons treinos, mas não estou seguro que as pernas aguentem esse ritmo depois dos 32Kms.



Estou ansioso.



Boas corridas a todos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A Primeira Nunca se Esquece!

Quase quatro meses depois de ter concluído a minha primeira maratona, este é o momento para partilhar a minha experiência convosco. Deu tempo para descansar, reflectir e voltar aos treinos para preparar os próximos desafios.

Foi a primeira (e a primeira nunca se esquece segundo o nosso Presidente), em 5h06m31s (!?!?!?!?!) e foi o que se arranjou. Depois de me ter lesionado a 2 semanas da maratona Carlos Lopes de Abril 2008 (deixei o Bento a brilhar sozinho...), não consegui treinar em condições. Por vezes nem treinar consegui. Não fui à meia da ponte em Setembro por causa das costas e só fiz os 10k da marginal (ritmo lento de 54m). Poucos treinos em Setembro e Outubro e 1 só longão (de 23k!!!!!!). Uma desgraça. Mas tinha-me inscrito no Porto e pensei que não podia desistir sem tentar. Tinha que ir.

E assim fui. Cheio de dúvidas sobre se as costas aguentariam, ou se o “muro” seria intransponível ou não.
Lá parti e fui com o Nuno os primeiros 5k a ritmo normal. Dores pontuais nas costas não me abatiam apesar de começar a sentir efeitos da gripe (dores de garganta e febre na noite anterior, um mal nunca vem só). Lá segui pela Foz abaixo cheio de vontade e a pensar que o Bento ia ali ao meu lado a cumprimentar as pessoas todas. Cruzei-me com o Nuno aos 19k, antes de dar a volta na Afurada, e novamente aos 26k, na ponte D.Luís. Sentia-me relativamente bem, ia a um ritmo lento mas na expectativa de terminar entre as 4h e as 4h e qualquer coisa.

Mas aos 29k... Lá estava o gajo: o MURO!!!! Pelo menos foi assim que ele se apresentou. Fónix! Começou a doer tudo, estava farto da água, do gel, do açúcar, de correr, do mundo, de tudo...
Andei um bocado no abastecimento no Freixo (30k) e depois baixei o “elevado” ritmo de corrida. Ia para aí a uns 8m/k. Nunca corri tão devagar. Segui um japonês (eram imensos os “amarelos”) com perto de 90 anos e arrastei-me de abastecimento em abastecimento até ao final. Curioso que nunca pensei em desistir e até apreciei a paisagem. Cortar a meta com tantos atletas atrás de mim (1 no meu age-group e 19 na geral individual!!!!) foi uma alegria. Cumprir o objectivo e vencer este desafio, obrigando-me a continuar, sozinho 37k e sem música foi mesmo incrível.


Eis a prova do crime:


Só eu sei (porque não fico em casa!!!!!!!) a inspiração e força que a GAFE me deu em determinadas alturas do percurso e que me levou até ao fim. Embora muitas vezes ausente, sinto-me sempre perto. Alguns gafistas, por questões profissionais, têm estado mais presentes: Presidente – sempre um exemplo a seguir pela motivação e espírito gafista que tão bem sabe incutir; Elvis – o raio do espanhol enganou-me ao dizer que eu estaria preparado, mesmo com poucos treinos; e Pedro T – desafiou-me a correr a primeira maratona com o chapéu dele da maratona de Boston-2004 e agora posso devolver-lho devidamente lavado e com o objectivo alcançado. Mas não posso esquecer todos os outros amigos de estrada, que de uma maneira ou de outra me inspiraram e ajudaram.

Agora já tenho um tempo a bater, o que significa que a responsabilidade aumenta. Lisboa (Carlos Lopes) em Abril é o meu alvo.

Abraços e Beijos (já se pode mandar beijos sem ser mal interpretado...)

Boa sorte para os “Sevilhanos”!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Peso e Performance nas Maratonas de Carlos Ferreira

Acabei de receber uma email do nosso amigo Elvis directamente dos EUA que vou eu publicar por falta de “Know-Wow” do nosso amigo. 

A sua reflexão intitula-se  “Peso e Performance nas Maratonas de Carlos Ferreira” é aqui publicada de forma integral:

“Devo confessar que estou ultrapassado perante tanto controlo da informação do treino. E confirmo aquilo que está nos livros, um forte associação entre a redução do peso e a performance. No teu caso podemos confirmar que a redução da massa corporal explica aproximadamente o 63% da melhora do tempo na maratona (como chegar a redução da massa corporal para isto acontecer é outra coisa). Por outro lado, em media por cada kg de peso perdido melhoras 6 min 24 segundos o tempo da maratona (Ver gráfico em anexo). Faz favor, não utilizar a equação para calcular o peso para recorde do mundo (se calhar pode ser considerado doping).
Podes publicar o email no bloge, eu ainda não dei com a caminho para faze-lo, embora tenha tentado.
Grande abrazo.
Não esqueçam comer o "pescaito frio" em Sevilha.
BOA SORTE para todos os gafistas”


As minhas Maratonas

Antes de fazer a minha 13 Maratona resolvi deixar-vos uma retrospectiva, até então nunca feita, dos momentos mais altos das anterior 12.

Lisboa (Dezembro 2003)
4:01:35 (68,5kg)

A primeira nunca se esquece. Tinha começado a correr em Junho de 2002 e passo a passo cheguei aqui. Comecei pelos 10Km, fiz 3 meias e em Setembro desse ano resolvi que estava na altura de experimentar uma coisa mais longa. Antes de começar a prova senti que ainda não estava preparado para consegui completar uma Maratona e decidi que só iria fazer 32km. Fui munido com uma nota para em Algés (local dos 32km) regressar de transportes públicos. Quando lá cheguei estava bem e resolvi “porque não tentar chegar ao fim”. E cheguei... sem nunca parar. Foi fantástico. Muitas recordações, “para mais tarde recordar”. Entre elas a sensação única de descer escadas.

Lisboa (Abril 2004)
3:58:09 (69,5kg)

Segunda experiência. Já construí um plano de treino. Esta foi talvez a Maratona mais bem organizada em que participei em Portugal (uma pena ter tido uma única edição). Partida no estádio do Restelo e chegada no Cais do Sodré , percurso giro mas duro. Choveu na maior parte do percurso. Os últimos 5km’s forma feitos em grande parte a andar. Ao chegar tinha os mamilos em sangue (nunca mais aconteceu).

Lisboa (Dezembro 2004)
3:54:28 (68Kg)

Desta prova, poucas coisas me recordo: Foi a primeira prova em que parti ao lado do Pedro Teixeira (fez a meia-maratona); esqueci-me dos gel’s em casa; prova mal organizada; vento contra em parte da prova.

Paris (Abril 2005)
3:43:12(65kg)

Primeira experiência internacional. Inesquecível. A preparação foi feita ao pormenor. Contei pela primeira vez com a companhia de dois amigos (Pedro Oliveira e Nuno) que fizeram a sua estreia na distância. Chegamos com 3 dias de antecedência a Paris e ficamos num Hotel muito perto da partida. Todos os dias têm uma história bonita, mas o dia da prova... uau... tanta gente. A Partida na Avenida Champs Élysées foi... ao recordar toda esta prova fico completamente feliz. Pela primeira vez corri com mais de 30000 mil atletas (fui sempre acompanhado por uma mar de gente). UM DIA VOU VOLTAR A FAZÊ-LA.

Barcelona (Março 2006)
3:37:52 (67kg)

Primeira prova internacional da GAFE (eu, Nuno, Pedro Oliveira e Pedro Teixeira). Pela primeira vez tentei os mínimos para a Maratona de Boston no meu escalão etário (3h30m). Na véspera, da prova, esteve uma “equipa” em completa harmonia a jantar uma excelente refeição confeccionada, pelo nosso nutricionista, aonde se destacava um belo vinho tinto “Sangre del toro“. Prova num percurso histórico muito bonito onde pela primeira vez foi gritado a palavra de sofrimento da Gafe (KUNAMI).

Porto (Outubro 2006)
3:30:58 (66,5kg)

No verão de 2006, eu e o Nuno, resolvemos passar parte da época estival a treinar pensando nesta prova. Esta, que estava então a sua segunda edição, tem o mais belo percurso de todas as Maratonas portuguesas em que participei ao qual se junta uma organização muito boa. Foi uma prova onde pela primeira vez contei com uma “lebre” que me marcou o ritmo até aos 30km. Os últimos 5km’s foram muito dolorosos, em particular parte da subida da Boavista até à meta. O objectivo de ficar até ao minuto 30 foi conseguido por 2 segundos, mas a organização perdeu o meu tempo de chip o que me “obrigou” a continuar a pensar nos mínimos para BOSTON.

Roma (Março 2007)
3:38:29 (67,5kg)

Esta prova foi para mim uma autêntica aventura pois estive quase todo o período de treino lesionado e só consegui treinar nas últimas 5 semanas. Esta prova e o treino para ele teve o acompanhamento da revista  PSI Psicologia actual onde deixei o relato que aqui transcrevo: “Após terminar uma prova, ou tenho tendência a não valorizar a conquista do pequeno sonho, pensando no próximo sem comemorar o que acabo de conquistar, achando que os objectivos conquistados não têm história para além das sensações vividas no momento; ou remeto-me a criticas e avaliações do que poderia ter sido feito, e, de novo, me esqueço de agradecer às minhas pernas e à vontade firme de chegar ao final. Mas desta vez não tenho reparos a fazer a minha performance que ultrapassou todas as expectativas iniciais, que não eram muitas, depois da lesão sofrida em Janeiro. Esta lesão levou-me considerar, até às últimas 3 semanas, a desistência da prova. Mas ainda bem que decidi embarcar nesta aventura o que permitiu deliciar-me com as sensações vividas na prova de Roma: a partida e chegada junto ao grandioso coliseu; a passagem pela linda Basílica de S. Paulo; a entrada por breves momentos no Vaticano; sair de uma viela e dar de cara com a Piazza Navona; e finalmente TERMINAR. Agora sim posso começar a sonhar outra vez.”

Lisboa (Abril 2007)
3:35:31 (67,5kg)

Esta prova foi “a minha” loucura pois resolvi correr outra Maratona 28 dias depois de Roma. Mas em boa hora o fiz, pois apesar da Maratona Carlos Lopes estar pessimamente organizada (a pior que até hoje participei), tive os mimos de toda a GAFE que me escoltou em forma de estafeta durante toda a prova. Nunca mais me esquecerei de todo aquele “calor” e em especial dorsal do Pedro Oliveira “EXPRESSO DO ORIENTE FOLLOW-ME”.

 Porto (Outubro 2007)
3:48:32 (67,5kg)

Resolvi ir ao Porto novamente com a companhia do amigo Bento com o objectivo de” vingar-me” da prova de 2006. Bom mas a prova foi um completo desastre desportivo. O muito calor e falta de preparação adequada deram as mãos e brindaram-me com um grande sofrimento. A partir dos 30Km só pensava quando é que aquilo terminava. Mas em contrapartida todo o resto do fim-de-semana foi excelente em companhia de da família do BENTO que me tratou com fosse um dos seus. E por isso que digo que uma das coisas melhor que a corrida tem são os amigos que fui fazendo com ajuda dela.

Florença (Novembro 2007)
3:43:14 (67kg)

Esta prova surgiu obra do acaso por falta de “doping”. Depois da prova do Porto praticamente não treinei mas uns dias antes de Maratona de Florença o amigo Pedro Teixeira desafiou-me a acompanhá-lo. Pensei que rever a cidade e estar no meio do publico a tirar umas fotos ao meu amigo era um excelente programa para descontrair do trabalho da semana. E lá fui eu. Mas na dúvida levei os meus sapatinhos e no dia antes da partida resolvi inscrever-me na Maratona, não fosse dar-me a vontade de fazer parte do percurso ou a totalidade caso ficasse louco. E não é que fiquei mesmo louco. Esta foi a Maratona que fiz de forma mais descontraída, tentando gozar cada passada da prova. A prova tem uma excelente organização, um percurso muito bonito e fácil e quando passa no centro da cidade é um verdadeiro espectáculo. Fazer uma Maratona sem qualquer objectivo senão o chegar ao fim é muito bom e proporcionou-me umas mini-férias desportivas excelentes.

Londres (Abril 2008)
3:30:53 (65,5Kg)

Desde o princípio sonhava em fazer esta prova. Foi um fim-de-semana completamente descontraído aonde estive plenamente relaxado. Como se costuma dizer nas “nuvens”.  Sentia que estava aonde queria estar, aonde lutei para estar, e com amigos. A partir daqui só podia relaxar e absorver ao máximo todas as sensações. Foi, sem qualquer hesitação, a melhor maratona que corri até hoje. Ainda bem que em 2005 quando tentei participar nesta prova o sorteio me foi desfavorável. Estes anos permitiram-me participar noutras provas internacionais e assim ter padrões de comparação mais justos. Desde os primeiros metros há apoio da população, mas nada comprado com os km’s que se seguem: há locais aonde sentimos que vamos completamente levados ao colo pelo apoio da multidão. Principalmente quando chamam pelo nosso nome.

 Em termos desportivos foi excelente bati o meu record  (7 segundos) ajudado por o meu amigo Pedro Oliveira que só faltou levar-me às cavalitas até à meta.

Berlin (Setembro 2008)
3:23:47 (64,5kg)

Um prova perfeita. Bem organizada, com muito publico, com uma temperatura excelente, partida por obra do acaso junto às grandes vedetas da prova. Tudo isto resulta obviamente em record pessoal. É mesmo a prova mais rápida do circuito mundial. Mas esta prova teve o antes. Um centro de treino perfeito onde pela primeira vez pude treinar e descansar a sério e “curtir” a amizade dos meus amigos.

 SABEM É POR ALGUMAS DESTAS COISAS QUE GOSTO DE CORRER MARATONAS.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pelos Caminhos da Caparica



Foto que não carece de muitos comentários...
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Tirada no final de mais uma “prova popular”, desta vez na Caparica. Prova peculiar, de 10km... menos 100m! E até já se sabia que assim seria (anunciaram no site!). Assim ao jeito do programa “Nós por Cá” da SIC... Há coisas que não são para entender no nosso país. Aliás, as aspas em “prova popular” são para provocar os parceiros da GAFE, a quem digo que estas provas não fazem o meu género (“not really up my alley”, Carlos). Mas o facto é que, mesmo a rabujar, lá as vou fazendo e curtindo. Hoje disse aos parceiros, ao olharmos para a maralha masculina a correr à nossa frente (maioritariamente feiosa, mal cheirosa e com a barba por fazer!) que se fizessem uma prova destas em San Diego, percebiam o que eu quero dizer! Estava sobretudo a referir-me ao rácio de género (não da higiene e do aprumo), bem mais favorável para os Johns que para as Janes, naquelas paragens. Aqui ainda falta trilhar algum caminho mas estamos cada dia melhor. E a GAFE está na linha da frente, com as nossas duas atletas fantásticas – melhor aprumo seria impossível, meninas! Aliás, só não sei se nós, os meninos, estamos à vossa altura... mas somos simpáticos e não cuspimos para o chão (só para a relva, por vezes!)... não se pode ter tudo. Se o nosso galã Paulo Vieira aparecesse mais vezes... Infelizmente hoje a secção feminina esteve ausente, com justificação.
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Bom, antes que o Nuno comece a preparar a resposta para o meu “snobismo estrangeirado”, vou mudar de assunto. De facto, isto é mais fumo que fogo, amigos... Como sabem, podia ter ficado pelas “San Diegos” nas calmas, mas é que aqui me sinto bem e mais eu próprio (e lá não há pastéis de Belém!). Mas reconheçam que quem já foi na camioneta do Parque das Nações para a Vasco da Gama, apertadinho, para correr a Meia-maratona, sabe que não se perdia nada com mais um aviso no Boletim de Inscrição, p.ex. assim: “Alerta-se que o facto de ir correr a Meia-Maratona no Domingo não dispensa o duche matinal! Aliás, como vai viajar com o braço para cima na camioneta e com o sovaco à mostra (a 10cm do nariz parceiro do lado), o referido duche seria uma óptima prova de civismo!”. Ou algo do género... Tenho mais algumas do género para “malhar” no Portuga (“estilo” de estacionamento, “originalidade” na condução em fila de trânsito), mas fica para depois. Disse que ia mudar de assunto...
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O que eu gosto nas provas populares em Portugal? Gosto do estímulo da competição, que pessoalmente me faz bem. Sinto que gasto os “cartuchos” da agressividade/competitividade masculina que a biologia naturalmente me deu, e nas outras tarefas já não preciso de os usar (muito). Talvez inspirado pelos contos míticos que li no passado sobre as “warrior / hero journeys” masculinas (existem muitos e em todas as culturas*), gosto de me sentir um pouco “guerreiro” a aquecer antes da prova e deixar-me imaginar que me preparo para uma provação ou teste. Talvez por isso habitualmente aqueço sozinho, em “mentalização”... Afinal, todos temos de (per)correr o teste sozinhos. Acho mesmo que tenho genes que assim evoluíram e preciso de lhe dar espaço de quando em vez. Ou acabariam por se manifestar de outras formas, provavelmente em agressividade passiva, muito pior.
*Ver obra de Joseph Campbell, quem estiver interessado.
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Mas o que gosto mesmo é de partilhar estes momentos com os parceiros GAFE. E hoje lá estávamos, um pouco mais “dispersos” que o habitual, mas em equipa, nevertheless. Na “carruagem da frente”, o Presidente Ferreira teve escolta a dobrar até aos 5km (como combinado), a passo médio de 4:18. E depois disso os dois “guarda-costas” lá arrancaram para sofrer um pouco (foi a parte do “guerreiro!”), a 3:47 até ao fim. Senti-me bem, leve e quase pronto para a prova que se avizinha. O outro “guarda-costas presidencial” (Nunes) está também com o passo afinado e, assim consiga manter as canelas minimamente sãs, vai por certo ser um parceiro perfeito em Sevilha e deverá ser desta que terminamos uma juntos.
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E, sempre que possível, gosto de marcar estes eventos, que talvez um dia não possamos mais repetir (os muitos caminhos na vida nunca duram para sempre, como mostrou o Benjamin Button), com umas belas fotos, para um dia mostrar aos netos. Ou sobrinhos, para aqueles de nós que andam mais atrasados nesta matéria! Fica aqui a de hoje, com um pequeno toque de intemporalidade... Afinal, como também mostra o F. Scott Fitzgerald, cada caminho vale por si e pode valer muito. Às vezes dura alguns segundos (como na magia de cruzar os 42.195 m). Às vezes dura cerca de 40-45 minutos, na costa do Oceano Atlântico. E às vezes mede 9900 metros!

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Viva Portugal! E a nossa infindável tolerância (apetência?) para a idiossincrasia...
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P.S. - Hoje, a aquecer... (obrigado, Carlos!)


provas ao gosto "popular"


Em jeito de resposta, sem jeito porque só faço a barba uma vez por semana (4ª feira), por acaso ainda hoje falava acerca desta temática com alguns colegas que foram à prova da Caparica, que cada vez que se fala na maratona de Sevilha, há um portuga a dizer que vai lá estar - e penso: "o Pedro Teixeira vai apanhar uma desilusão, pois aquilo na Andaluzia vai ser mais uma prova ao gosto "popular" com uma pitada de salero gitano", eu sei de pelo menos dois autocarros carregadinhos de bigodes e concertinas que vão para lá.
Não vejo isso como snobeira, é uma questão de gosto, como outra qualquer, mas na minha opinião quanto menos vedetas e mais miminhos para o povo, melhor. 

Abraços

NK

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Chuva, chuva e mais chuva...

Não quero armaram-me em “calimero” mas já estou farto de tanta chuva.

Sei bem da importância da chuva. Ela é fundamental para que existam seres vivos. Quando chove, os agricultores ficam mais descansados. A chuva enche os rios, os lagos e faz brotar as nascentes de água que nós usamos. Enchendo os rios, a chuva enche também as albufeiras das barragens, onde a força motriz é aproveitada para a produção de energia eléctrica, sem a qual já não sabemos viver.

TUDO ISTO É VERDADE.

Mas, meus caros amigos, “eles lá em cima” podiam organizar-se. Não era preciso que chovesse sempre que o Carlos Ferreira está na rua a treinar. Se vou logo muito cedo chove, se aguardo para a hora de almoço para treinar, chove, se vou só à noite também chove, e se fico em casa e não corro NÃO CHOVE. E dizem-me que isto não perseguição. Não me digam que é só azar.

Vou esperar que no DOMINGO no X Grande Prémio Atlântico que não chova. Iriá ser uma pequena compensação quando já sei que não poderei bater a minha melhor marca de 10km pois este ano a prova só terá 9900m.

Foto de  Sandra Raccanello/Grand Tour/Corbis na Maratona de Veneza em 2007

domingo, 1 de fevereiro de 2009

13

No dia 22 de Fevereiro vou tentar completar a minha décima terceira maratona. Não sei como mas de repente comecei a pensar que o nº 13 está normalmente ligado a má sorte. Nunca fui muito supersticioso, mas... nunca se sabe. Do pouco que li sobre a origem desta superstição esta teve provavelmente origem em dois factos:

  • no dia 13 de Outubro 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país, e alguns torturados e, mais tarde, executados, por heresia;
  • na última Ceia de Cristo eram 13 convivas e entre eles Jesus que morreu na sexta-feira.

Hoje fui fazer o meu último longão, antes da Maratona de Sevilha, depois de uma noite tempestuosa sai para a rua com um sol radioso mas consciente que provavelmente durante o treino iria apanhar alguma chuva. E ela veio. Sabem quando? No 13km... “arre”. E foi um km completamente diluviano onde até granizo caiu. Apesar de bem agasalho fiquei completamente gelado e com a roupa pesando toneladas. A partir dai o nível do treino baixou e os últimos 10 km foram muito dolorosos. Mas como costumamos dizer “estes 33,5km já cá cantam...”

Mas o 13...