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terça-feira, 28 de abril de 2009

Madrid, Madrid...

Introdução

Esta talvez tenha sido a minha experiência mais negativa numa Maratona, ou talvez mesmo, em qualquer outro tipo de prova em que já participei nestes últimos 7 anos de retorno à actividade física. Esta má impressão tem haver com um conjunto de circunstâncias “desfavoráveis”: uma má recuperação desde a ultima maratona (Sevilha em Fevereiro) que fiz em regime alto; uma constipação que se instalou no meu corpo desde a terça-feira anterior à prova; falta de motivação; clima no início da prova; dificuldade da prova que leva a alguns jornalista apelidar a Maratona de Madrid como uma das mais duras do calendário Internacional.

Se olharmos com atenção para o perfil da prova podemos ver o quanto esta é difícil. Um constante serrilhado, onde as descidas não compensam minimamente as subidas que se tornarem realmente complicadas a partir dos 35km.

Dados obtidos pelo meu Garmin e trabalhados pelo software SportTracks


A minha prova
Tendo em conta o perfil da prova e as minhas condições físicas, resolvi fazer uma prova “conservadora” com só um objectivo - TERMINAR sem sofrimento. Seguindo o conselho do meu companheiro Nuno, ao seu lado, parti nas calmas com ritmos perto dos 5:25/km, assim ficamos até começarmos a descer (5km) ai com todas as cautelas (a travar) aumentamos um pouco o ritmo (5:10/km) e lá ficamos até aos 25km (o ritmo de 6:09 que aparece no gráfico entre os 20km e a meia ficou a dever-se a uma “paragem técnica”). Tendo em conta estes ritmos passamos à meia em 1h51m27s. O que me levou a pensar que poderia terminar, com um pouco de esforço, perto das 3h45m. Mas era uma ilusão momentânea pois na primeira dificuldade da segunda metade da prova (por volta dos 24,5km) vi logo que “não havia pernas” para a proeza. Ainda conseguiu acompanhar o Nuno até cerca dos 25,5km (para ler o relato do Nuno). Depois do Nuno partir descei logo para ritmos por volta dos 5:30/km e iria sempre a piorar até ritmos de 6:45km durante as loucas subidas dos 2 últimos Kms. No final terminei com 3h51m12s (1h59m45s na segunda meia).


Ritmos Intermédios e Médios ao longo da Prova


Na altura em que fiquei “sozinho” decidi que queria terminar sem grande sofrimento. E consegui. Obviamente que a marca final ressentiu-se (cerca de 22 minutos mais lento que na ultima Maratona), mas fisicamente estou a fazer uma recuperação mais rápida, o que é bom.

A organização
Apesar da dificuldade da prova gostei a organização Madrilena de excelente qualidade: uma feira pequena mas agradável; partida sem grandes complicações; abastecimentos de 2,5km em 2,5km sempre com água e a Aquaris; o percurso tem zonas muito bonitas; assistência médica sempre presente; a chegada simples e eficiente menos bem a inexistência de abastecimentos sólidos e não repararei em nenhuma casa de banho durante o percurso. Apesar de não existir muito público durante o percurso havia, nas zonas mais centrais da cidade, muito gente que apoiava os atletas de forma entusiástica (o nome Carlos foi muito gritado – o que sabe sempre bem).


Reflectindo
Quem até aqui leu este relato, talvez não compreenda o porquê de “tanta” negatividade no início deste post. Mas, terminar uma prova desta dimensão e não ter sentido prazer: na marca; ou no percurso; ou no simples palmilhar ... é no mínimo frustrante. Posso-vos dizer que senão fosse a minha teimosia tinha pela primeira vez desistido (aquele não era dia para eu correr).
Valeram os amigos que me proporcionar um excelente fim-de-semana e que tornaram esta corrida numa pequena ilha de frustração banhada por calor humano.



P.S. – A Maratona Carlos Lopes está em análise

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um bom objectivo...

Como tem sido hábito nos últimos tempos, nas vésperas de uma Maratona, venho aqui ao purgatório confessar as expectativas com que parto para mais uma aventura. 
Os objectivos desta vez são muito ambiciosos: TERMINAR.

TERMINAR os 42,195Km para mim nunca foi uma coisa fácil e quando queremos cumprir a mesma distância 15 dias depois como mais "medo" ficamos de não o conseguir. Se juntarmos uma incompleta recuperação da Maratona de Sevilha, uma preparação fraca para esta Maratona e se apimentarmos com uma constipação nesta ultima semana, com mais receio ficamos. Portanto se TERMINAR, e se possível sem sofrimento, ficarei contente.

Vou tentar, como dizem os meus amigos, gozar cada passada e gozar um bom fim-de-semana rodeado de amigos. Para semana cá estarei para vos contar a 1ª etapa da minha insanidade.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Galego no Metropolitano

Foi avistado ontem um elemento da GAFE de origem Galega que fez 1h02m...

Eis a prova:

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Respirar fundo


Ando cansado de correr. Melhor, as pernas estão cansadas de correr. Eu não. A “mim” apetece-me... Equipo-me, saio, começo, mas as pernas nem sempre me acompanham! Às vezes parece mesmo que ficam em casa... Ontem era dia de 32km e lá vieram comigo, pelos vistos a contra-gosto pois insistiam a cada passo que não era dia para corridas. E eu teimava que era. E as pernas em birra: “nem pensar nisso”. E foi esta conversa de surdos da Cruz Quebrada ao Cais do Sodré, para trás até Alcântara... E ao fim de 15km parei, respirei fundo, pensei um minuto... e apanhei um táxi de volta! Ganhou o corpo. Como deve ser, quando a cabeça tem juízo.

Foi a melhor viagem de táxi de que me lembro! Brinquei com o taxista, incrédulo a ver dois tipos de calções entrarem-lhe pelo carro dentro às 6 da tarde: “Amigo, fica agora a conhecer uma nova classe de clientes... corredores cansados, a desistirem a meio do treino!”.

Por isso... hoje fui nadar!

E foi delicioso! Desde os 5-6 anos, então no fundo do velhinho Algés e Dafundo, que frequento piscinas. Mais tarde na piscina do antigo IND na Graça (nem sei se ainda existe). Mais tarde ainda novamente na piscina de 25m do Algés, depois de coberta. No Arizona nadava muitas vezes. Óptimas as piscinas ao ar livre das duas universidades... abertas quase o ano todo... boas memórias! Nunca fui bom nadador e continuo a não ser, mas de facto toda a vida nadei (e nunca antes tinha pensado nisto). E agora no Estádio Nacional, na magnífica piscina de 50m. Que hoje estava quase vazia...

Gosto do ritual de preparação no balneário. De vestir o fato de banho e nada mais... o corpo, quase despido, a sentir que vai ser posto à prova. Parece que libertar-se da roupa liberta também os músculos. Algum frio estimula os movimentos de aquecimento fora de água. A piscina muito azul, bonita, grande... Hoje estavam poucas pessoas a nadar e algumas pistas livres. Um luxo. De resto apenas o silêncio, pouco habitual pois há sempre aulas barulhentas e música de fundo. O som era por isso diferente. O ambiente quente, húmido, confortável, com a luz natural de um dia cinzento a penetrar no edifício. Tudo era diferente e especial hoje... Entrei na água, ajustei os óculos, mergulhei a cabeça já em desequilíbrio para a frente e empurrei a parede com as pernas, com força! Ao ondular debaixo de água uns bons segundos (sempre mágica a entrada num outro mundo) percebi logo que ia ser um bom dia de natação. É como os primeiros passos da corrida... Dá logo para perceber como vai ser o resto.

Fiz muitas piscinas em estilo livre... a deslizar... a mão bem à frente à procura de mais água para agarrar e puxar para lado nenhum. Assim foi até me doerem os ombros. Nadei também bruços, as costas fora de água a cada inspiração. A pernada forte, redonda... o silêncio na fase submersa. Ao contrário de ontem, o corpo colaborava, pedia mais, e por isso lá fiquei... livres até cansar, bruços para descansar. Só mais duas piscinas... a última para lá em bruços, calmamente... uma viragem vigorosa e o regresso num sprint em livres... que boa a sensação de sentir na cara a pequena onda feita pela cabeça a avançar na água!

À chegada ao fim da pista alguém me deu sinal que era hora de sair. O rapaz não disse uma palavra, apenas um sinal com as mãos como se soubesse que hoje se respeitava o silêncio. Fiz-lhe sinal que sim com a cabeça e ele foi-se embora. Tirei a touca e os óculos atirando-os para fora e saí da água num salto. Respirei fundo. E bem fundo se respira depois de 30 minutos a nadar! Calcei os chinelos, escorri a água da cara e do cabelo, olhei à volta e reparei que estava completamente sozinho. Ao caminhar para o balneário apeteceu-me saltar de novo para dentro de água e fazer de peixe mais um pouco... Notei que me apetecia brincar (já não me lembro da última vez...). Tomei banho, olhei-me ao espelho, vesti-me, desejei boa Páscoa à pobre senhora a trabalhar no feriado, saí e deixei o complexo da piscina para trás, 50 minutos de pois de ter entrado.

Moral de tudo isto...? Não há.

Dois dias, dois treinos para nenhuma meta importante. Pequenos rituais, pequenas decisões (hoje quase não fui nadar...), pequenos detalhes, pequenas recompensas (apetecia-me brincar...). Na verdade, pequenos nadas que fazem o dia-a-dia de quem corre, de quem nada, de quem faz desporto. Por vezes com amigos, como ontem. Por vezes sozinho, como hoje. Sempre na companhia do nosso corpo, este companheiro que, se o tratarmos bem, nos retribui em pequenas doses de prazer.

A nossa vida não é isto, é certo. Mas isto faz parte da nossa vida. E torna-a um bocadinho melhor. Se o sentido da vida é vivê-la, ele aqui está. Aos bocadinhos...

Quando respiramos fundo, cansados no fim do treino, é só isso que estamos a fazer. A respirar fundo! Ou respirar “a fundo”... Nada mais.
E assim sabemos que valeu a pena.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Assim vale a pena

Os dias terminarem mais tarde começa a ser um convite para uma corrida ao fim da tarde. Assim hoje, resolvi sair de minha casa direito a Oeiras para fazer o reconhecimento do novo troço do passeio marítimo de Oeiras, entre a praia de Santo Amaro e a praia de Paço de Arcos inaugurado recentemente. nO percurso é lindíssimo e a obra magnífica. Para mim este é um bom exemplo de como os dinheiros do erário público podem ser bem gastos.

Foi muito bom percorrer todo troço, agora com 3500 metros (do Forte de S. Julião até à praia de Paço D’arcos) onde, apesar da hora tardia e do dia da semana, cruzei com algumas centenas de pessoas de diferentes faixas etárias fazendo diferentes tipos de actividades.

Há uns anos li que Isaltino de Morais tinha o sonho construir um passeio marítimo entre o Forte de S. Julião da Barra e Algés. Sei que ainda falta muito, mas esta segunda fase foi mais um passo ao qual em breve se seguirá um terceiro entre Caxias e Algés. Segundo a vereadora responsável pelo pelouro das Obras Públicas do Concelho de Oeiras esta terceira fase está em fase de conclusão de projecto. Talvez brevemente consigamos correr no “sonho de Isaltino”. Para nós corredores era excelente poder percorrer de forma protegida, num bom piso e com uma vista soberba.

Mas já hoje conseguimos percorrer neste “tom” desde Paço d’Arcos até ao final da praia de Carcavelos, que também teve o seu paredão recentemente melhorado, num percurso de cerca de 5000 metros o que nos permite já uns bons treinos.

Caros amigos aproveitem tudo isto. Assim vale a pena fazer actividade física.

de Fernando Villar