Todas as maratonas "da minha vida" iniciadas formam terminadas… nem que fosse, como esta, em estado lastimoso. Não foi uma surpresa. Todos os meus amigos já anteviam este desfecho até aqueles que normalmente fazem aquela típica pergunta “… e esta Maratona quantos km’s tem?...”
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O início da prova
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O plano foi traçado… começar devagar e manter-me nesse ritmo confortável o máximo de tempo possível…. e assim foi. Aproveitei a beleza inicial do percurso e desfrutei o máximo que pude. Fui até ao Estoril nas calmas, os primeiros 5km foram usufruídos à média de 5:33/km e quando fiz a descida do Casino do Estoril estava colado ao marcador de ritmo das 4h. Passado um pouco, ultrapassei-os mas logo disse para os meus botões “…eles mais tarde apanha-me…” e apanharam-me mesmo.
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Percurso da Maratona e o meu ritmo (acumulado e parcial)
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O percurso
desta nova Maratona é bonito (exceção feita aos últimos 8km’s) e eu e a
minha “lebre de serviço”, que na verdade estava mais em forma do que eu pois
fez um treino de 33,5km nas calmas (feito em duas partes 13,8km + 19,7)
tentamos olhar mais para a beleza natural do que preocuparmo-nos com a prova.
Mais tarde eu sabia que ira começar olhar mesmo só para o chão.
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Em esforço a chegar à meta |
Até cerca do km 30 (próximo do Cais do Sodré) as coisas foram andando sem grande sofrimento… e com algumas boas surpresas: a passagem pelo jardim de Oeiras; a supressão da subida da Boa Viagem (logo a seguir a Caxias) substituída pela passagem no paredão até à Cruz Quebrada cheio de jovens simpáticos a incentivar os participantes com bandeiras dos diferentes países participantes. A meia maratona foi cumprida, na reta entre a Cruz Quebrada e Algés, em 1:55:30 e pouco depois (em Algés) a minha lebre esperava-me depois de um pequeno descanso. A partir dai liguei o botão do sofrimento. As pernas começaram a pesar.
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A alegria contagiante de uma "lebre" |
Como disse não há milagres, pouco treino é igual a sofrimento pela certa. Aquela pequena entrada dentro da cidade (do Terreiro do Paço até aos Restauradores) é difícil psicologicamente, e não só, de tal maneira que do Cais do Sodré (km 30) até mais ou menos a Santa Apolónia o ritmo por km decaiu 32s. Foi o fim… a partir daí foi tudo cabeça e muita ajuda psicológica da minha lebre. Nos 5km’s seguintes o ritmo caiu mais 48s (para 7:03/km – que loucura) houve alguma caminha naquele deserto, que é o caminho até à Expo. Mas eu não era o único, pois o abrasador calor não dava tréguas a ninguém. Neste percurso encontrei o colega Gonçalo que já vinha a sofrer algumas dores musculares mas mesmo assim ainda teve a coragem de suportar a dor para fazer uns km’s em conjunto comigo.
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O princípio do fim |
Depois o mais difícil estava feito, deixei-me ir (com alguma
caminha) e lá terminei com o meu pior tempo de sempre 4h07m15s. O record
negativo estava batido. Mas no fim estava feliz pois tinha concluído mais uma
maratona (a décima oitava), desde a última como muitas coisas tinham acontecido
que não me “deixaram” treinar de forma regular.
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A recta da meta |
Mais uma vez os amigos foram
essenciais: aqueles que me suportam no não treino, a Ana que me levou ao colo
durante a prova, aqueles que me esperam no final da meta e aqueles que na mente
me empurram até ao fim contra todas as expectativas.
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Eu no centro, com o Paulo (que fez um excelente tempo - um corredor nato) e a Ana (a minha lebre de serviço) |
Em Novembro estarei mais uma vez na Maratona do Porto, não sei se para fazê-la toda mas pelo menos para fazer de lebre de serviço.
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Maratona do Porto |