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domingo, 21 de junho de 2009

O Calor e hidratação

Hoje antes de escrever estas linhas estive a ler alguns blogues que já há muito não lia. O elo comum entre a maioria deles é as altas temperaturas que nos últimos dias têm assolado o nosso território.
Também no nosso grupo o medo de apanharmos muito calor fez com que treino dominical fosse marcado para as 7:30. Saída do EN em direcção a Belém e regresso.

Percurso

Planeamos que o treino teria cerca de 90 minutos. Mas quando chegamos perto da cordoaria nacional (ponto de abastecimento) resolvemos voltar para trás pois o calor era muito, e estava a tornar-se insuportável continuarmos com aquele calor. A temperatura não era alta (26C) mas como não corria qualquer ponta de vento a sensação de calor aumentava.

temperatura durante o treino

O que nos valeu foi o Luís ter levado as suas garrafas com água, o que nos permitiu ir hidratando regularmente, pois no percurso que fizemos existem unicamente dois bebedouros públicos que por sinal estão avariados.
Relativamente aos bebedouros públicos existe alguma falta de cuidado da autarquia Lisboeta que se por um lado incentiva a pratica da actividade física e por outro tem uma baixa preocupação num factor de grande importância para a saúde de todos nós.
Relativamente à importância da hidratação podemos encontrar alguns estudos no site do American College of Sports Medicine que nos relembram quais os cuidados que devemos ter preincipalmente neste dias de altas temperaturas: beber pelo menos dois copos de 230 ml de água no espaço de duas horas antes de correr; bebert de 150 a 350 ml de água a cada 15 ou 20 minutos de actividade física; e após terminar a corrida, e então ingerir mais 2 ou 3 copos de água ou isotónico enquanto estivermos em recuperação do treino.

Não se esqueçam... treinem mas não se esqueçam de se hidratarem convenientemente.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

15 000km depois

Faz hoje sete anos, e cerca de 15 000km, que comecei a correr de forma regular. A história de como reiniciei a actividade física já foi narrada, a alguns amigos, mas está na altura de a deixar por escrito para mais tarde recordar.

No dia 9 de Junho de 2002 fui desafiado por antigos alunos para uma futebolada, algo que não fazia há muito tempo, na realidade não fazia mesmo nenhuma actividade regular há muito, muito tempo. Os meus 82kg assim o indicavam. Nem parecia um licenciado em educação física forçado por formação a conhecer os perigos da inactividade física.

Carlos Ferreira (2002) antes de começar a correr

Com consciência da minha má forma física aceitei o desafio para jogar a dita futebolada. Os primeiros minutos foram excelentes, corria que nem um louco em todas as direcções, tipo cachorro largado em liberdade num areal. Mas passado esse início alucinante, aconteceu o inevitável: fiquei com os bofes na boca. A partir dai só via os outros futeboleiros passar de um lado para o outro a grande velocidade. Quando eu estava na defesa eles estavam no ataque e vice-versa. Era um Fiat 600 rodeado de Porsches e Ferraris. Foi o descalabro... físico e anímico. Cheguei a casa derrotado mas com a consciência que tinha que rapidamente mudar. Nesse mesmo dia, tomei duas medidas de importância fundamental para o meu processo de mudança: fui comprar uma balança digital para controlar o meu peso; e uns sapatos de corrida para poder reiniciar a actividade física regular.

No dia 11/6/2002, logo pela manhã, calcei os meus sapatos novos e fui para a rua. Um tímido aquecimento permitiu-me delinear o ambicioso plano: uma volta ao bairro sem parar. Como qualquer atleta de alta competição fiz o percurso mentalmente vislumbrando todas as dificuldades. Respirei fundo, e ala que se faz tarde. Posso-vos dizer que foi uma autêntica aventura, que demorou 17:30 minutos, e que me deixou completamente de rastos depois de percorrer a extraordinária distância de 2,8km.
Apesar do meu passado desportivo, considerei a acanhada performance um feito que teve o condão de me dar coragem para, ainda nessa semana, fazer mais dois pequenos treinos. No fim, dessa semana, tinha percorrido 9,5km e perdido 400g. Os dados estavam lançados e actividade nunca mais pararia.

Ainda durante esse mês coloquei um novo objectivo: reviver a Corrida do Tejo que tinha terminado em 1985. Tendo em conta a minha ainda débil forma, o desafio era enorme pois a distância da prova (11,2km) era descomunal, mas durante esse verão preparei-me convenientemente e de forma paulatina. No dia 13/10/2002 consegui acabar a Corrida do Tejo em 1:02:57. Fantástico. Conclui uma distância que até há pouco tempo atrás considerava completamente impensável conseguir e estando mais de uma hora a correr. O meu moral estava em alta. E sabem... nessa altura já tinha 74kg. Eu já era outro homem.

Antes de começar, a minha aventura, estava sempre constipado e constantemente cheio de alergias e pieiras que me traziam um mau estar de vida enorme. Por altura da Corrida do Tejo tudo tinha mudado. Nunca mais estive constipado, as alergias tinham desaparecido e a dita pieira tinha ido para outras paragens. SUCESSO TOTAL.

A partir daqui os desafios foram-se sucedendo. Consegui concluir a minha primeira meia Maratona (Meia Maratona de Lisboa) no dia 16/3/2003 no exacto tempo de 1:50:00. E extraordinariamente ainda nesse mesmo ano (7/12/2003) conclui a minha primeira Maratona (Maratona de Lisboa) no fabuloso tempo de 4:01:35 (Vejam a foto abaixo – só hoje vi que o Fernando Andrade terminou essa prova ao meu lado - EXTRAORDINÁRIO). Desde que começou a aventura fiz 63 provas entre elas (20 meias maratonas e 14 Maratonas).

A terminar a minha primeira Maratona (2003)

Como disse anteriormente a minha mudança “de vida” foi um sucesso total. A corrida “salvou-me”. A qualidade de vida melhorou espantosamente em todos os sectores. A minha balança digital (a controladora de asneiras) registou regularmente o meu peso que se manteve equilibrado ao longo do tempo (nunca ultrapassando os 70kg e baixando por vezes até cerca dos 64kg em alturas de muito treino).

Como bónus, a corrida permitiu-me fazer novos amigos com que passei não só a partilhar a mesma “doença” saudável mas também as alegrias e as tristezas da vida. Hoje em dia a actividade física em geral, e a corrida em particular, são o fiel da balança que permite equilibrar o meu dia a dia. Para mim nunca foi um vício mas sim o “medicamento” que nunca mais poderei deixar de tomar.