Foto que não carece de muitos comentários...
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Tirada no final de mais uma “prova popular”, desta vez na Caparica. Prova peculiar, de 10km... menos 100m! E até já se sabia que assim seria (anunciaram no site!). Assim ao jeito do programa “Nós por Cá” da SIC... Há coisas que não são para entender no nosso país. Aliás, as aspas em “prova popular” são para provocar os parceiros da GAFE, a quem digo que estas provas não fazem o meu género (“not really up my alley”, Carlos). Mas o facto é que, mesmo a rabujar, lá as vou fazendo e curtindo. Hoje disse aos parceiros, ao olharmos para a maralha masculina a correr à nossa frente (maioritariamente feiosa, mal cheirosa e com a barba por fazer!) que se fizessem uma prova destas em San Diego, percebiam o que eu quero dizer! Estava sobretudo a referir-me ao rácio de género (não da higiene e do aprumo), bem mais favorável para os Johns que para as Janes, naquelas paragens. Aqui ainda falta trilhar algum caminho mas estamos cada dia melhor. E a GAFE está na linha da frente, com as nossas duas atletas fantásticas – melhor aprumo seria impossível, meninas! Aliás, só não sei se nós, os meninos, estamos à vossa altura... mas somos simpáticos e não cuspimos para o chão (só para a relva, por vezes!)... não se pode ter tudo. Se o nosso galã Paulo Vieira aparecesse mais vezes... Infelizmente hoje a secção feminina esteve ausente, com justificação.
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Bom, antes que o Nuno comece a preparar a resposta para o meu “snobismo estrangeirado”, vou mudar de assunto. De facto, isto é mais fumo que fogo, amigos... Como sabem, podia ter ficado pelas “San Diegos” nas calmas, mas é que aqui me sinto bem e mais eu próprio (e lá não há pastéis de Belém!). Mas reconheçam que quem já foi na camioneta do Parque das Nações para a Vasco da Gama, apertadinho, para correr a Meia-maratona, sabe que não se perdia nada com mais um aviso no Boletim de Inscrição, p.ex. assim: “Alerta-se que o facto de ir correr a Meia-Maratona no Domingo não dispensa o duche matinal! Aliás, como vai viajar com o braço para cima na camioneta e com o sovaco à mostra (a 10cm do nariz parceiro do lado), o referido duche seria uma óptima prova de civismo!”. Ou algo do género... Tenho mais algumas do género para “malhar” no Portuga (“estilo” de estacionamento, “originalidade” na condução em fila de trânsito), mas fica para depois. Disse que ia mudar de assunto...
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O que eu gosto nas provas populares em Portugal? Gosto do estímulo da competição, que pessoalmente me faz bem. Sinto que gasto os “cartuchos” da agressividade/competitividade masculina que a biologia naturalmente me deu, e nas outras tarefas já não preciso de os usar (muito). Talvez inspirado pelos contos míticos que li no passado sobre as “warrior / hero journeys” masculinas (existem muitos e em todas as culturas*), gosto de me sentir um pouco “guerreiro” a aquecer antes da prova e deixar-me imaginar que me preparo para uma provação ou teste. Talvez por isso habitualmente aqueço sozinho, em “mentalização”... Afinal, todos temos de (per)correr o teste sozinhos. Acho mesmo que tenho genes que assim evoluíram e preciso de lhe dar espaço de quando em vez. Ou acabariam por se manifestar de outras formas, provavelmente em agressividade passiva, muito pior.
O que eu gosto nas provas populares em Portugal? Gosto do estímulo da competição, que pessoalmente me faz bem. Sinto que gasto os “cartuchos” da agressividade/competitividade masculina que a biologia naturalmente me deu, e nas outras tarefas já não preciso de os usar (muito). Talvez inspirado pelos contos míticos que li no passado sobre as “warrior / hero journeys” masculinas (existem muitos e em todas as culturas*), gosto de me sentir um pouco “guerreiro” a aquecer antes da prova e deixar-me imaginar que me preparo para uma provação ou teste. Talvez por isso habitualmente aqueço sozinho, em “mentalização”... Afinal, todos temos de (per)correr o teste sozinhos. Acho mesmo que tenho genes que assim evoluíram e preciso de lhe dar espaço de quando em vez. Ou acabariam por se manifestar de outras formas, provavelmente em agressividade passiva, muito pior.
*Ver obra de Joseph Campbell, quem estiver interessado.
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Mas o que gosto mesmo é de partilhar estes momentos com os parceiros GAFE. E hoje lá estávamos, um pouco mais “dispersos” que o habitual, mas em equipa, nevertheless. Na “carruagem da frente”, o Presidente Ferreira teve escolta a dobrar até aos 5km (como combinado), a passo médio de 4:18. E depois disso os dois “guarda-costas” lá arrancaram para sofrer um pouco (foi a parte do “guerreiro!”), a 3:47 até ao fim. Senti-me bem, leve e quase pronto para a prova que se avizinha. O outro “guarda-costas presidencial” (Nunes) está também com o passo afinado e, assim consiga manter as canelas minimamente sãs, vai por certo ser um parceiro perfeito em Sevilha e deverá ser desta que terminamos uma juntos.
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E, sempre que possível, gosto de marcar estes eventos, que talvez um dia não possamos mais repetir (os muitos caminhos na vida nunca duram para sempre, como mostrou o Benjamin Button), com umas belas fotos, para um dia mostrar aos netos. Ou sobrinhos, para aqueles de nós que andam mais atrasados nesta matéria! Fica aqui a de hoje, com um pequeno toque de intemporalidade... Afinal, como também mostra o F. Scott Fitzgerald, cada caminho vale por si e pode valer muito. Às vezes dura alguns segundos (como na magia de cruzar os 42.195 m). Às vezes dura cerca de 40-45 minutos, na costa do Oceano Atlântico. E às vezes mede 9900 metros!
E, sempre que possível, gosto de marcar estes eventos, que talvez um dia não possamos mais repetir (os muitos caminhos na vida nunca duram para sempre, como mostrou o Benjamin Button), com umas belas fotos, para um dia mostrar aos netos. Ou sobrinhos, para aqueles de nós que andam mais atrasados nesta matéria! Fica aqui a de hoje, com um pequeno toque de intemporalidade... Afinal, como também mostra o F. Scott Fitzgerald, cada caminho vale por si e pode valer muito. Às vezes dura alguns segundos (como na magia de cruzar os 42.195 m). Às vezes dura cerca de 40-45 minutos, na costa do Oceano Atlântico. E às vezes mede 9900 metros!
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Viva Portugal! E a nossa infindável tolerância (apetência?) para a idiossincrasia...
Viva Portugal! E a nossa infindável tolerância (apetência?) para a idiossincrasia...
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P.S. - Hoje, a aquecer... (obrigado, Carlos!)
3 comentários:
O título deste post deveria ser "Pelos caminhos de Portugal".
:-)
Se alguém quiser conhecer a "massa de que este país é feito" deve vivenciar os últimos 5 minutos antes da partida de qualquer prova popular.
Não falo do cheiro, das conversas, dos trajes, dos amuletos,etc, mas sim dos "rostos". A maioria são rostos "gastos" pelo tempo (sinal de envelhecimento do pelotão? da sociedade?).
Sempre que observo esses rostos penso: "de onde vêm estas pessoas?".
Elas não me são estranhas. Elas fazem parte do meu país. Talvez daquele país que não vejo no dia-a-dia, porque não aparece na televisão, nem revistas. São o sr.Manuel que tem o café da esquina e que sonha que a filha seja professora. O sr. Joaquim que é médico no Santa Maria e que gosta de beber um copito. O sr. Alberto que é segurança num centro comercial e sonha ir a africa. O Francisco que sempre que não é dia de caça, vem com o pai e o irmão, esticar as prenas. O amigo Carlos que é informático e que é viciado nas maratonas. O sr. Pires que era mecânico mas que agora está desempregado. O amigo Nunes que vende televisão por cabo e que gosta de superar os seus limites. O amigo Bento, um benfiqueista dos 5 costados, que gosta de correr sem correrias. O amigo Nuno que tem um feitido especial, mas que é um bom rapaz. O amigo Pedro, que mesmo sem achar piada a este tipo de provas, vai correr porque gosta da companhia dos amigos. E o amigo Oliveira... mas esse fica para outra oportunidade.
your blog is very good......
Linguagem um tanto ou quanto presunçosa, assim até parece que são treinados pelo Artur Jorge. Para quando a fusão com o Stress Clube ?
Tigre
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