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segunda-feira, 18 de abril de 2011


Faz hoje cerca de uma semana que terminei a Maratona de Milão. Hoje e depois de uma semana já posso dizer de forma mais tranquila “já cá canta mais uma”, pois quando a terminei o já cá canta sabia um pouco a fel. Claro que já sofri muito mais noutras Maratonas mas em nenhuma outra tive tanta vontade de desistir. Mas como sempre... nem tudo foi mau.

Desta vez a equipa em prova era mais reduzida mas durante os treinos contou com todo o apoio possível e imaginável de tal forma que íamos cheio de vontade de dar cabo do asfalto de Milão. Todos tínhamos os nossos objectivos, uns mais secretos que outros, que tentaríamos alcançar. O Lucas queria terminar a sua primeira Maratona e se possível baixar das 4h, o Luís numa forma fantástica espreitava o seu record ou pelo menos baixar novamente das 3h eu queria fazer mais uma vez os mínimos para Boston 3h30m. Uma equipa fantástica separada por meias horas.

No dia anterior à prova, como é tradicional, fomos à feira da Maratona levantar os dorsais. Grande desilusão. Sinceramente esta foi a feira de Maratona mais fraca em que alguma vez já estive. A entrega dos dorsais era rápida e eficiente mas o resto quase não existia o que me surpreendeu pois já tinha feitos duas outras Maratonas em Itália (Roma e Florença) e as feiras das Maratonas eram muito boas.

Depois de irmos buscar os dorsais fomos fazer a nossa tradicional e rápida pela cidade. Milão surpreendeu-me pela positiva, depois de algumas informações negativas que me tinham dado.

Milão não é certamente tão antiga, tão rica em história ou tão monumental como outras cidades italianas, mas é sem dúvida, uma cidade sofisticada e cosmopolita e nisso é, certamente superior às outras que conheço, deslumbrantes mas caóticas como Roma. Sem dúvida que Milão é a capital das compras as zonas comerciais da cidade onde se perfilam lojas de nomes tão sonantes como Armani, Dolce & Gabbana, Chanel, Versace, ou Prada são um ponto de visita obrigatório mas sair de lá com compras é quase proibido para estes portugueses pelintras.

Na noite anterior e depois do abastecimento necessário dos hidratos de carbono a equipa estava pronta. O Lucas começava a ficar nervoso o Luís combatia a sua chata constipação com a sua incomparável determinação e eu estranhamente não estava com muita vontade.

De manhã lá fomos para a partida de metro. A partida da prova é feita de um local amplo. A organização é muito simples e organizou de forma extremamente eficaz os cerca de 4000 maratonistas que se apresentaram à partida.

Quando parti e como não me sentia muito motivado achei que o melhor era seguir as “lebres” das 3h30m e depois logo se veria o que se iria passar.

E lá fui eu muito tranquilo no meu passinho passando aos 5km (24:26) e aos 10km (49:09) logo ai vi que não estava nos meus dias pois doía-me um pouco as pernas e a alma. Aí decidi que deveria ir na calma sem ambições e sem forcar a vontade. Aos 15km (1:14:15) continuei tranquilo umas vezes bem atrás dos marcadores de ritmo e outras à frente deles. Fiquei extremamente impressionado com o trabalho dos maracdores de ritmos sempre a apoiar o seu pelotão, quer com palavras de apoio quer apanhado resmas de àgua nos abastecimentos e distribuindos pelos seus seguidores. Trabalho fantastico que tive pena de não conseguir acompampanhar até ao fim.

A meia-maratona foi atingida dentro dos objectivos (1:44:39) mas a partir dai as coisas começaram a “andar para trás” aos 23km definitivamente perdi o meu grupo e logo vi que era o “princípio do fim”, as dores de pernas começavam a adensar-se, mas lá mantive-me sem muita perda até aos 25km. A partir daí começou o sofrimento.

O último vislumbre de energia foi Piazza del Duom onde o apoio do público teve algum efeito, depois… “BUM”. A partir dos 28Km comecei a procurar insistentemente por uma estação de Metro para que eu pudesse regressar ao hotel, mas felizmente não encontrei nenhuma. E lá continuei eu o meu calvário cada vez mais lento e fazendo as minhas contas. Do tipo… “se calhar ainda entro das 3h35” depois passou para 3h37 e no final já me contentava em entrar antes das 3h40.

Bom lá conseguiu chegar a custo e com o piloto automático ligado lutando também contra algum calor (cerca de 25C). A prova não me correu muito bem (3h39m29s) mas gostei imenso de quase tudo, excepção feita à feira. A organização está de parabéns pois acarinhou sempre os corredores dando-lhes todas as condições para dar cabo do asfalto da forma que cada mais gostasse e pudesse.

A prova também não correu a 100% aos meus companheiros, o Luís fez 3h05 o que nas condições de saúde que estava foi excepcional e o Lucas consegui terminar quase dentro do seu objectivo 4h01.

A dor já passou já estou a pensar na próxima.

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