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quinta-feira, 11 de junho de 2009

15 000km depois

Faz hoje sete anos, e cerca de 15 000km, que comecei a correr de forma regular. A história de como reiniciei a actividade física já foi narrada, a alguns amigos, mas está na altura de a deixar por escrito para mais tarde recordar.

No dia 9 de Junho de 2002 fui desafiado por antigos alunos para uma futebolada, algo que não fazia há muito tempo, na realidade não fazia mesmo nenhuma actividade regular há muito, muito tempo. Os meus 82kg assim o indicavam. Nem parecia um licenciado em educação física forçado por formação a conhecer os perigos da inactividade física.

Carlos Ferreira (2002) antes de começar a correr

Com consciência da minha má forma física aceitei o desafio para jogar a dita futebolada. Os primeiros minutos foram excelentes, corria que nem um louco em todas as direcções, tipo cachorro largado em liberdade num areal. Mas passado esse início alucinante, aconteceu o inevitável: fiquei com os bofes na boca. A partir dai só via os outros futeboleiros passar de um lado para o outro a grande velocidade. Quando eu estava na defesa eles estavam no ataque e vice-versa. Era um Fiat 600 rodeado de Porsches e Ferraris. Foi o descalabro... físico e anímico. Cheguei a casa derrotado mas com a consciência que tinha que rapidamente mudar. Nesse mesmo dia, tomei duas medidas de importância fundamental para o meu processo de mudança: fui comprar uma balança digital para controlar o meu peso; e uns sapatos de corrida para poder reiniciar a actividade física regular.

No dia 11/6/2002, logo pela manhã, calcei os meus sapatos novos e fui para a rua. Um tímido aquecimento permitiu-me delinear o ambicioso plano: uma volta ao bairro sem parar. Como qualquer atleta de alta competição fiz o percurso mentalmente vislumbrando todas as dificuldades. Respirei fundo, e ala que se faz tarde. Posso-vos dizer que foi uma autêntica aventura, que demorou 17:30 minutos, e que me deixou completamente de rastos depois de percorrer a extraordinária distância de 2,8km.
Apesar do meu passado desportivo, considerei a acanhada performance um feito que teve o condão de me dar coragem para, ainda nessa semana, fazer mais dois pequenos treinos. No fim, dessa semana, tinha percorrido 9,5km e perdido 400g. Os dados estavam lançados e actividade nunca mais pararia.

Ainda durante esse mês coloquei um novo objectivo: reviver a Corrida do Tejo que tinha terminado em 1985. Tendo em conta a minha ainda débil forma, o desafio era enorme pois a distância da prova (11,2km) era descomunal, mas durante esse verão preparei-me convenientemente e de forma paulatina. No dia 13/10/2002 consegui acabar a Corrida do Tejo em 1:02:57. Fantástico. Conclui uma distância que até há pouco tempo atrás considerava completamente impensável conseguir e estando mais de uma hora a correr. O meu moral estava em alta. E sabem... nessa altura já tinha 74kg. Eu já era outro homem.

Antes de começar, a minha aventura, estava sempre constipado e constantemente cheio de alergias e pieiras que me traziam um mau estar de vida enorme. Por altura da Corrida do Tejo tudo tinha mudado. Nunca mais estive constipado, as alergias tinham desaparecido e a dita pieira tinha ido para outras paragens. SUCESSO TOTAL.

A partir daqui os desafios foram-se sucedendo. Consegui concluir a minha primeira meia Maratona (Meia Maratona de Lisboa) no dia 16/3/2003 no exacto tempo de 1:50:00. E extraordinariamente ainda nesse mesmo ano (7/12/2003) conclui a minha primeira Maratona (Maratona de Lisboa) no fabuloso tempo de 4:01:35 (Vejam a foto abaixo – só hoje vi que o Fernando Andrade terminou essa prova ao meu lado - EXTRAORDINÁRIO). Desde que começou a aventura fiz 63 provas entre elas (20 meias maratonas e 14 Maratonas).

A terminar a minha primeira Maratona (2003)

Como disse anteriormente a minha mudança “de vida” foi um sucesso total. A corrida “salvou-me”. A qualidade de vida melhorou espantosamente em todos os sectores. A minha balança digital (a controladora de asneiras) registou regularmente o meu peso que se manteve equilibrado ao longo do tempo (nunca ultrapassando os 70kg e baixando por vezes até cerca dos 64kg em alturas de muito treino).

Como bónus, a corrida permitiu-me fazer novos amigos com que passei não só a partilhar a mesma “doença” saudável mas também as alegrias e as tristezas da vida. Hoje em dia a actividade física em geral, e a corrida em particular, são o fiel da balança que permite equilibrar o meu dia a dia. Para mim nunca foi um vício mas sim o “medicamento” que nunca mais poderei deixar de tomar.

5 comentários:

Fernando Andrade. disse...

Olá Amigo Carlos
Antes de mais Parabéns por esses fantásticos 15000Km percorridos em 7 anos e por ter abraçado esta modalidade que nos é tão querida.
Obrigado por ter recordado aqui a Maratona de Lisboa 2003, com uma foto em que também apareço. Lembro-me bem dela: Passei à meia com tempo para baixar das 3,30, mas depois tive de fazer várias paragens com dores articulares e caminhar alternadamente com corrida. Lá deu para concluir...
Grande Carlos, venham mais 15000!
Grande abraço.
FA

Anónimo disse...

Grande Carlos,
Um registo se dúvida impressionante.
Ficamos a aguardar o registo do km 30.000
PO

MPaiva disse...

Muiyos parabéns pelos 15.000 Km e pelo relato que demonstra bem o significado na vida de quem abraça este excelente desporto.

abraço
MPaiva

Anónimo disse...

Caro Amigo
Venham mais 15000. Muitos parabéns...e obrigado!

Grande abraço
Ricardo

José Xavier disse...

Caro Carlos Ferreira;

Parabéns pela sua excelente actividade. Também eu partilho muitas coisas que estão neste seu excelente artigo. Desde 2005 a minha qualidade de vida também modificou-se bastante quando tomei a iniciativa de fazer atletismo de estrada. Agora desde 2007, também a minha mulher ex-fumadora, entrou nestas actividades.

Desejo-lhe os maiores sucessos, e continuacão de boas corridas!

Um abraco
José Xavier - Holanda
http://josexavier1.blogspot.com